Crítica

[Crítica] Hachiko: Para Sempre (2024)

O filme chinês Hachiko: Para Sempre, de Ang Xu, é baseado na famosa história real do cachorro Hachiko. A história já foi base para outros dois filmes, o estadunidense Sempre ao Seu Lado (2007) e o japonês A História de Hachiko (1987). Por isso, a história pode não ser novidade para a maioria dos espectadores.

O cachorrinho Hachiko foi morar com o professor Hidesaburo Ueno com apenas um ano de idade, em 1924. Todos os dias, ele acompanhava o tutor até a estação de trem Shibuya, em Tóquio, onde ele pegava o trem para o trabalho. Quando voltava, o cachorro estava esperando por ele, para os dois retornarem para casa.

Um ano depois, o professor faleceu, por hemorragia cerebral, mas o cachorrinho continuou indo fielmente para a estação de trem todos os dias esperar por ele, mesmo depois de ter sido adotado por outra família. Hachiko ficou conhecido no local e em 1932 um ex-aluno de Ueno publicou um artigo sobre a história. Hackhiko faleceu aos 11 anos de idade, em 1935, devido a um câncer. Suas cinzas foram colocadas ao lado do túmulo de seu tutor e foi feita uma estátua em sua homeagem na estação Shibuya. Essa é a história que o filme se baseia.

A história já está no imaginário da maioria das pessoas. O filme traz uma nova versão para uma história conhecida, sem se desviar do que já podemos ter visto antes em outras obras. A história é afetuosa e tem muitos momentos ternos e emocionantes, especialmente para quem tem um fraco por esse tipo de história com animais de estimação.

Hachiko (2024)

O filme mostra toda a história do cachorrinho e seu tutor. No início, quando ele ainda é bebê, o professor leva o cachorro para o trabalho, escondido dentro de sua bolsa, embora seja contra a política do campus. Ele também mantém o cachorro escondido em casa, já que sua esposa tem trauma de infância e não quer animais de estimação. Isso muda, claro, e após a resistência inicial com o pet indesejado até mesmo a esposa passa a gostar e cuidar do animal.

Uma característica mais inusitada do filme para o público brasileiro acontece por ele se passar na China, país onde a população costuma comer carne de cachorro… Quando a esposa não aceita que Hachiko fique na sua casa, o marido é obrigado a colocá-lo para adoção. E a primeira pessoa a adotá-lo tinha a intenção de transformá-lo em refeição. É uma cena rápida e até mesmo discreta, mas que pode causar um choque em quem assiste por aqui.

Entre os pontos fracos de Hachiko: Para Sempre está a sua trilha sonora super melodramática, que tenta manipular e conduzir as emoções do espectador durante toda a sua duração, sem sutileza. Em muitos momentos, a história por si só já conseguiria transmitir uma boa carga dramática para o espectador, sem que esse artifício fosse necessário.

Apesar de ter momentos piegas, o filme também tem cenas fofas e comoventes. Não inova e nem parece se propor a isso. Hachiko: Para Sempre é uma agradável escolha para assistir um filme bonito sobre lealdade, amor e fidelidade, sem grandes surpresas. É exatamente o filme que você espera sobre o animal de estimação de uma família e como a família – e o próprio cachorro – lida com a perda. Uma boa opção de entretenimento para emocionar.