Crítica

[Crítica] Hora do Massacre (2024)

Hora do Massacre, do trio de cineastas conhecidos coletivamente como RKSS (François Simard, Anouk Whissell e Yoann-Karl Whissell), fala sobre seis ativistas da geração Z que invadem uma loja de móveis e aguardam que ela feche para vandalizá-la como forma de protesto. Quando as luzes da loja se apagam e as portas se fecham, os ativistas se espalham para colocar o plano em ação e chamar atenção para o que está acontecendo na Amazônia.

Tudo vai sendo colocado em execução sem grandes problemas, até que Karim (Tom Gould) chama a atenção sem querer dos seguranças Jack (Aidan O’Hare) e Kevin (Turlough Convery). E aí uma tensa e angustiante noite de sobrevivência se inicia. De um lado, temos os jovens ativistas depredando os itens da loja enquanto gravam e discursam em vídeos. Do outro, temos o segurança e caçador com sede de sangue. E muitas decisões erradas dos dois lados.

O cenário é um ótimo acerto do filme. Ao se passar inteiramente dentro de uma grande loja, o filme ganha a possibilidade de fazer diversas cenas tensas e eletrizantes de gato e rato (os diretores definiram o filme como um “slasher na Tok&Stok”). É um filme cheio de brutalidade, com um ritmo intenso, mortes imprevisíveis e momentos bem gráficos. Aquela ordem comum de morte por arquétipos é deixada de lado e durante todo o filme os adolescentes e o caçador tentam enganar uns aos outros.

Hora do Massacre (2024)

Apesar de não ser o filme mais inovador do mundo, Hora do Massacre consegue brincar com fórmulas já conhecidas e ainda assim surpreender o espectador em várias cenas. É uma fórmula antiga feita com nuances modernas e com muita adrenalina para quem gosta de filmes do gênero. O slasher não tenta aprofundar ou desenvolver os personagens e suas motivações. Sabemos apenas o básico para dar a base para todo o terror e sequência de violência que vem a seguir. O filme não gasta tempo para criar contexto para que a gente se envolva, crie empatia ou torça pelos jovens.

Hora do Masscare não é um filme para refletir, e sim para se divertir, ser surpreendido e curtir o gore e a carnificina. O filme poderia dizer mais, mas talvez não quis ou não soube como; o ativismo é usado como pontapé inicial mas parece raso. É um filme típico de sobrevivência, repleto de armadilhas inesperadas, armas não-usuais, deslizes por toda a parte e que, mais que tudo, não se leva a sério.