Crítica

[Crítica] Love Lies Bleeding – O Amor Sangra (2024)

Filmes que tem a Kristen Stewart no elenco sempre me causam interesse. Para mim, a atriz consegue ser sutil em sua atuação, e ainda assim demonstrar a inquietação, intensidade e ansiedade de suas personagens. Aqui, você consegue sentir a ansiedade da personagem durante as cenas. Love Lies Bleeding – O Amor Sangra é o novo filme de Rose Glass, inglesa responsável por Saint Maud. Mais um motivo para assistir a esse filme. O longa tem Weronika Tofilska (Bebê Rena) como co-roteirista.

No inquietante, sensual e metafórico filme noir, ambientado em 1989, Kristen interpreta Lou, que mora em uma pequena cidade do Novo México e trabalha em uma academia. Sua rotina se passa toda nessa academia, lidando com esteróides, vício em cigarro e desentupindo vasos sanitários. Até que uma mulher, a fisioculturista Jackie (Katy O’Brian), chega ao local e muda sua vida. Nós acompanhamos a trajetória física e psicológica de Jackie, que deseja participar do concurso de fisioculturismo em Las Vegas. Jackie arranja um emprego no campo de tiros do pai de Lou (Ed Harris) e se hospeda na casa dela. Logo as duas começam a se relacionar, se apaixonam e também viram parcerias de crime.

O filme é cheio de violência, sangue e flashbacks – e a intensa cor vermelha. Assisti ao filme na pré-estreia sem ter lido sua sinopse, sem saber do que se tratava, e acho que isso engrandeceu ainda mais a minha experiência, pois fui descobrindo aos poucos sobre o que estava assistindo. Dessa vez, a A24 entregou um filme divertido e cheio de exageros. Exageradamente divertido e caótico.

O efeito dominó do filme cria um cenário rico para o romance/thriller surrealista. Kristen Stewart e Katy M. O’Brian mostram uma ótima dinâmica entre as personagens, e essa dinâmica se agiganta ainda mais com as participações de Dave Franco e Jena Malone – além do já mencionado (e sempre ótimo, aqui como vilão) Ed Harris.

Uma história que inicialmente parecia ser apenas um romance sáfico vai se transformando em algo grande, com elenco fantástico, mistério e muita ação. A sequência de fatos, consequências e o plot twist do filme quebrou minhas expectativas e me deixou fascinada. Amei me surpreender pelos acontecimentos e reações das personagens a cada um deles. Mais um acerto da A24.

O filme consegue ter momentos fofos entre Lou e Jackie, assim como momentos sufocantes, momentos hilários e momentos chocantes. A dupla principal tem momentos bons, momentos de ciúmes, momentos violentos… Vão da paixão à violência. A fantasia aqui é construída de forma sutil, crescendo a cada cena, a cada atitude, até chegar ao clímax.

O filme fala sobre amor, redenção e o seu poético (e totalmente inesperado) final mostra a lealdade e força do sentimento entre as personagens. Além disso, como uma obra sáfica, o filme também tem como ponto positivo não acabar com o término – ou até morte – de uma das protagonistas. Sempre refrescante assistir a um filme sáfico sem final devastador. (E aqui havia muitos indícios de que o filme poderia terminar assim…)

Após a sequência Saint Maud e Love Lies Bleeding, é possível afirmar sem medo que Rose Glass é um dos nomes mais interessantes da atualidade. Os dois filmes são ousados, mostram situações extremas e saem do óbvio.

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