[Mostra Cinema SP 2015] O Ouro de Garnet
Como qualquer documentário de qualidade, o filme sabe encontrar o personagem de quem fala e as pessoas que fazem parte de sua vida. Garnet é sim um homem que não construiu uma família, que não se destacou em nenhuma ds empreitadas profissionais em que se meteu (e foram muitas; numa delas, quis ser um mestre da mágica escapista), mas esses detalhes, o espectador logo percebe, parecem irrelevantes no que toca as relações humanas. O homem amável que vemos na tela está rodeado de amigos que não apenas apoiam a sua busca quixotesca pelo ouro enterrado nos confins de uma ilha escocesa, mas se envolvem no projeto ajudando da forma que podem.
Em certo momento, Garnet precisa pedir dinheiro para a mãe, coisa que ela protelava fazer, a fim de custear parte importante do seu projeto. Com alguma hesitação ele pede; a mãe, deitada e com um semblante risonho, responde: “Sim, claro, claro que empresto”. Não menos emocionante é a despedida dos dois à porta da onde vivem na Inglaterra. Vemos a mãe desparecer dentro de casa, caminhando vagarosamente, feliz que o seu filho de sessenta anos embarca numa nova aventura. Ela diz às câmeras que ele certamente encontrará algo lá, se não ouro, então aquilo que o seu coração deseja.