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[Mostra Cinema SP 2015] O Homem de 100 Anos que Pulou a Janela e Desapareceu

[Mostra Cinema SP 2015] O Homem de 100 Anos que Pulou a Janela e Desapareceu

A primeira coisa que me vem à cabeça para falar desse filme é que ele é uma comédia perfeita. A produção sueca fala de um homem, residente de um asilo para idosos, que ao completar cem anos decide sair pela janela e deixar aquele ambiente. O clima farsesco a respeito, até mesmo cínico, de tudo fica claro logo no início, quando Allan Karlsson pisa pela em cima das flores no canteiro e sai andando despreocupado.

A partir daí, embarcamos numa espécie de Forrest Gump escandinavo, regado de muito humor negro. Karlsson desde pequeno gostava de explodir coisas. Construía bombas caseiras e detonava os presentes que recebeia da família e todo tipo de objeto que encontrava. Sua série de desventuras na vida começa quando ele acidentalmente explode um pacato comerciante que urinava perto de uma de suas bombas. A cena é hilária, mesmo fazendo com que você se pergunte se deveria estar rindo daquilo (do quê? Da cabeça do comerciante, solta, quicando no capô do carro). Allan é confinado num instituto psiquiátrico aos quinze anos.
Detentor de muita sorte, ou muito azar, o protagonista se mete nos acontecimentos mais sombrios da história da humanidade, sempre escapando sem nenhum arranhão – ou mesmo conclusão sobre o que acabou de viver. Ele tem o talento especial de se ver diante de ditadores; as sequências com Franco e Stalin são deliciosas. Ele ajuda, entre tantas outras coisas, a desenvolver a primeira bomba atômica, ele está na construção do Empire State e é um espião talentoso (sempre por acidente) na troca de informações sigilosas entre EUA e União Soviética durante a Guerra Fria.
Os flashbacks são evocados de maneira simples, sempre a partir de um ensinamento inocente que Allan coletou enquanto vivia,e desfilam em paralelo a sua fuga do asilo, que traz complicações bem ao estilo de tudo o que viveu até ali.
O filme tem direção de Felix Herngren. O clima de humor negro para tratar ideologias, utopias e as mazelas da história humana funciona mais do que se pode imaginar num primeiro momento. A comédiaainda consegue ser despretensiosa ao tratar de grandes temas e sugerir pitadas de non-sense.
Nota:5/5