Crítica

[Crítica] Lilo & Stitch (2025)

Apesar de não ser uma história nova, Lilo & Stitch é um filme com pouco dos elementos clássicos dos filmes da Disney: não há princesa, não há fada madrinha… O filme original, de 2002, conta a história da criança Lilo e a criatura fofa Stitch, que na verdade é um alienígena que veio do espaço para a Terra. Também há a irmã de Lilo, Nani. Em vez de amor romântico, Lilo & Stitch foca no amor familiar e na amizade.

Já se passaram 23 anos desde a estreia do filme de animação da Disney. O longa se passa no Havaí e, na nova versão, os criadores fizeram o possível para mantê-lo autêntico ao original, adicionando músicas escritas por Mark Keali’i Ho’omalu e pelo compositor do filme, Alan Silvestri, com performances do Coral Infantil das Escolas Kamehameha. Todos esses pontos indicam pesquisa e respeito pela cultura local.

Lilo & Stitch (2025)

O novo filme Lilo & Stitch consegue capturar a emoção e nostalgia da história, ainda que não seja necessário ter assistido ao filme original para acompanhar a nova versão. O longa foi dirigido por Dean Fleischer Camp e adaptado por Chris Kekaniokalani Bright, Mike Van Waes e pelo roteirista original Dean DeBlois e faz uma releitura da história da menina havaiana solitária Lilo, interpretada pela fofa Maia Kealoha, sua amizade com Stitch (dublado por Chris Sanders em inglês e por Márcio Simões na versão dublada brasileira). Juntos, Lilo e Stitch aprendem o significado de família e de amizade.

A dupla é perseguida pelo cientista criador de Stitch, Dr. Jumba Jookiba (Zach Galifianakis), e pelo especialista em Terra, Agente Pleakley (Billy Magnussen), que adicionam mais ação à história. O filme também aborda o profundo e laço fraternal cheio de nuances entre Lilo e sua irmã Nani (Sydney Agudong), que não é unidimensional. Na verdade, Lilo & Stitch é muito mais um filme sobre Lilo. Stitch funciona quase como um coadjuvante, um elemento a mais na história da menina.

Lilo & Stitch (2025)

Nani tinha sonhos e aspirações antes de deixá-los de lado para cuidar da irmã. Ela tenta se mostrar competente para as assistentes sociais e tenta garantir o bem-estar da irmã, ainda que esteja sobrecarregada e tenha poucos recursos. A personagem é mais completa, com seus próprios sonhos e suas lutas. Sydney Agudong consegue entregar uma personagem complexa e carismática.

Mas o verdadeiro coração do filme é Maia Kealoha. A criança rouba todas as cenas em que aparece e dá a Lilo fofura, substância, humor e amor. É sua estreia no cinema, e um grande acerto de escalação. Apesar do título do filme ser Lilo & Stitch, é a relação entre Lilo e Nani que carrega grande parte das emoções da história. As duas têm ótima química juntas e tornam totalmente crível aquela relação de irmãs, nas horas boas e nas horas ruins. A química entre as duas atrizes contribui significativamente para o impacto emocional da história.

Lilo & Stitch (2025)

O CGI do filme funciona. A interação entre os atores e Stitch parece natural e realista. Sua pelagem é feita com diferentes tons de azul e outras nuances que dão credibilidade ao seu visual. O bichinho é fofo e carismático. Os “vilões”, personagens de Zach Galifianakis e de Billy Magnussen não são tão expressivos quanto os heróis do longa, e o terceiro ato é um pouco confuso. Mas os defeitos não tiram o charme do filme.

Lilo & Stitch é uma boa adaptação live-action carregada de doçura, humanidade e autenticidade. É um filme reconfortante e tocante. O filme não se arrisca demais e nem revoluciona a fórmula, mas pode atrair diferentes gerações ao cinema. É um filme para rir e se emocionar. Uma opção perfeita para os mais novos e para assistir em família.