[Crítica] Uma Advogada Brilhante (2025)
Uma Advogada Brilhante tem direção de Ale McHaddo e é protagonizado por Leandro Hassum. O filme tenta falar sobre os desafios que as mulheres enfrentam em ambientes de trabalho, com o roteiro embalado em uma fórmula tradicional e já batida.
No filme, Mike (Leandro Hassum) é um advogado e tem Michelle como nome de batismo, nome dado por seus pais italianos. Ele se incomoda porque acha que seu nome soa feminino. Quando a empresa que trabalha é comprada pelo maior escritório de advocacia do Brasil, o seu novo chefe (Bruno Garcia) decide demitir todos os homens da empreas, por causa da política de priorizar contratar mulheres.

Por causa de seu nome de batismo, Michelle, Mike não é demitido, pois o setor de RH acreditou ser o nome de uma mulher. A partir daí, o personagem se veste de mulher e se transforma em Dra. Michelle. O filme tenta abordar a desigualdade entre gêneros, assédio no ambiente de trabalho, machismo e outras situações que o personagem nunca viveu. No meio disso tudo, o personagem se apaixona por outra advogada, Júlia Ornelas, interpretada por Claudia Campolina.
Apesar de aparentemente querer fazer uma crítica e denúncia sobre o machismo, Uma Advogada Brilhante sequer consegue ter uma base sólida de mulheres na história para fortalecer seu argumento. Além do protagonista homem que se veste de mulher, única personagem regular mulher que vemos é o par romântico do protagonista que se veste de mulher. A ex-esposa é sempre mostrada como uma megera contra o pai de bom coração, enquanto Mike/Michelle é o bom pai por fazer o mínimo.

Quando um filme tenta criar cenas e situações para ironizar conceitos, é importante fazer isso de forma consistente. Quando isso fica acima do tom, o efeito é reverso: Em vez de subverter os estereótipos, acaba os reforçando. Em vez de divertir, acaba sendo constrangedor de assistir.
Hassum está fazendo o que sabe fazer melhor, expressões exageradas e humor popular, e acerta ao entregar o que o papel e o filme pede. Mas, no geral, Uma Advogada Brilhante não apenas não inova, como parece ser um filme antigo, anacrônico. A intenção de fazer uma crítica social nunca pe atingida em sua plenitude e o filme permanece raso do início ao fim. É um filme vazio, sem tato, cheio de vícios e lugares comuns, superficial e até mesmo problemático, recheado de piadas de mau gosto ou simplesmente sem graça. É um filme de uma nota só.
