[Crítica – Mostra SP 2020] Lua Vermelha (2020)
Lua Vermelha é um filme experimental belíssimo. Apesar de ter apenas 1h20, não aparenta na maioria do tempo, já que é um filme lento. Somos apresentados à história de uma cidade na costa da Galícia, onde um mostro paralisou todos. Um grupo de bruxas tenta encontrar o marinheiro desaparecido Rubio e desvendar o mistério do local.
A narração faz reflexões sobre o monstro e sua chegada com a lua vermelha, além de refletir sobre o sumiço de Rubio. Aos poucos, vamos vendo várias paisagens do lugar, sem muita explicação. Fica claro, desde o início, que o filme não se propõe a ficar explicando explicitamente tudo o que está acontecendo. As pessoas estão assim há mil anos. Lois Patiño, diretor do filme, afirmou que busca com ele uma “experiência do tempo”.
É possível notar a mensagem ambiental que o filme deseja pontuar, como quando nos mostra a morte dos peixes. Não importa quem é o que fez o monstro. Lua Vermelha é um filme para olhar e sentir o que quer que ele cause. Por ser um filme tão metafórico, algumas escolhas acabam sendo óbvias e literais demais, tirando a força que o filme poderia ter. Sem tanta substância e potência, as belas calculadas imagens não se sustentam e podem sumir pouco depois do fim do longa. Lua Vermelha acaba por não explorar e se aprofundar tão bem na mitologia da Galícia.
Lua Vermelha faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 22 de outubro e 4 de novembro em formato online
Exibido no Festival de Berlim e no IndieLisboa