Crítica

[Crítica – Mostra SP 2019] Afterlife (2019)

Filmes que abordam a vida após a morte não são novidade. O filme holandês Afterlife (Hiernamaals) embarca neste tema misturando comédia e drama.




Nos primeiros minutos, o longa faz um rápido resumo do cenário: a tímida protagonista, de 14 anos, era muito próxima de sua mãe, que sofreu um acidente e morreu. A partir daí, a menina passa a tentar voltar a viver com o luto. Com apenas 14 anos, ela deve começar a cuidar de seus irmãos mais novos. Certo dia, a menina, Sam (Sanaa Giwa) sofre um acidente e morre. E aí vamos para a vida após a morte, tema central do filme.

Após a morte de Sam, ela é guiada por Martin (Jan-Paul Buijs), funcionário que lhe dá opções pós-vida. Ela decide encontrar e viver com sua mãe Vera (Romana Vrede) novamente. Neste local, ela também encontra todos seus familiares já falecidos. As cenas de Sam tentando entender o que está acontecendo com as explicações e perguntas de Martin dão um tom leve de comédia ao filme.




Um grande problema de Afterlife é apresentar vários elementos e várias possibilidades, mas não se aprofundar em nenhuma. A montagem de Sam pós-morte de sua mãe é apressada e não cria uma maior profundidade para a história. Essa falta de profundidade também nos deixa mais afastadas da protagonista.

É um filme visualmente bonito e que toca em temas importantes, como luto, depressão, suicídio e segunda chance. Apesar destes temas espinhosos, Afterlife é um filme leve. E com uma lição de moral no final. É um filme simpático, mas sem muito impacto. Tem uma boa premissa, mas deixa a desejar em seu desenvolvimento.

Afterlife faz parte da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo