Crítica

[Crítica] Game of Thrones: 6×10 – The Winds of Winter




Depois de um episódio super prazeroso de assistir semana passada, a Batalha dos Bastardos, Game of Thrones nos presenteou mais uma semana com um ótimo episódio. Uma ótima temporada finalizada com os dois últimos episódios maravilhosos. Os dois episódios foram maiores do que o normal, o 9 com 1 hora de duração e esse, o 10, com 1 hora e 10 minutos de duração, mas em ambos um caso a sensação foi de que tudo passou rápido!

Apesar de dois episódios excelentes, eles foram bem diferentes entre si. Enquanto o 6×09 – “Battle of the Bastards” (leia a crítica aqui) teve mais ação, esse aqui não teve tanto. Com exceção do início em Porto Real.

E vamos começar do início, exatamente em Porto Real. Primeiro, o clima das cenas iniciais. A montagem inicial ganhou um brilho a mais com o piano de Ramin Djawadi. Com uma trilha sonora lindíssima, que deixou cada imagem ainda mais grandiosa e preparando para algo grande que estava prestes a acontecer, vimos a montagem com diversos personagens se preparando para o dia do julgamento de Loras e Cersei.

Vamos sempre relembrar que quem dirigiu esse episódio, a Batalha dos Bastardos e ainda “Hardhome”, da quinta temporada, Miguel Sapochnik. Ou seja, ele é sensacional. Selo de qualidade garantida!! Episódio lindíssimo e que começou com o pé direito; a trilha sonora mostrando os diversos personagens deu um ar bem diferente do que estamos acostumados na série.

O julgamento de Loras começou. Ele confessou todos os seus “pecados” e aceitou fazer parte da Fé Militante. Margaery não gostou por ele ter sido mutilado após colocarem o símbolo da Estrela de Sete Pontas em sua testa. E logo percebeu que algo estava errado ali. Cersei também seria julgada mas não estava ali. Nem ela e nem Tommen. Algo estava errado, Margaery percebeu, mas já era tarde demais.

E aí começou a vingança de Cersei, que a gente já havia imaginado antes o que seria, mas que mesmo assim foi lindo de assistir. A explosão do fogovivo matou Lancel, Margaery, Loras, o Alto Pardal, Mace Tyrell, Kevan Lannister e todo mundo que estava lá no septo. Enquanto isso Cersei estava na Fortaleza Vermelha bebendo vinho, assistindo a tudo.

Ela levou Tommen para lá para salvá-lo, claro, mas ele deve ter sentido a perda de sentido de sua vida ao ver tudo aquilo acontecendo de longe. Tommen sem controle de nada – para variar, né, foi eternamente manipulado por todos -, viu que sua amada esposa morreu e ele não pode fazer nada, o Alto Pardal, símbolo da Fé que ele sinceramente havia se convertido, morreu… e o menino que nunca procurou ser rei se jogou da janela. Ponto da Game of Thrones. Achei o final dele ótimo, não dava pra esperar algo mais acertado. Ele nunca teve poder algum em sua vida. Pelo menos teve o poder de tirar a própria vida. É uma pena a morte de Margaery, mas como disse Natalie Dormer, ela foi uma fatalidade do Alto Pardal subestimar Cersei.

Cersei conseguiu sair vitoriosa. Em partes, já que perdeu seu filho. No final das contas, nada conseguiu acabar com a profecia de Maggy, a Rã. De nada importou a sua tentativa de se salvar, salvar Tommen e se vingar de todo o resto. Não tinha para onde correr – seu plano fez a desgraça acontecer, de certa forma. E se não fosse assim, aconteceria de outra forma. Posso repetir que todo esse arco ficou ainda mais belo com a trilha sonora? Obrigada, Game of Thrones!

E a reação de Cersei após saber da morte de seu filho… dá para comparar com as mortes de Joffrey e Myrcella. Nos dois primeiros ela sofreu muito. Mas deve ter sentido que perdeu Tommen desde que ele se alinhou ao Alto Pardal. Ela pediu para Montanha tirá-lo de lá para não morrer na explosão, mas não ficou chocada ao descobrir que ele se suicidou. E ela não parece estar exatamente feliz ao sentar no Trono de Ferro (como parecia estar ao ver, de longe, tudo explodindo). Ou como ela parecia ao se vingar da Septã Unella da melhor forma possível: a morte seria pouco e muito fácil e rápido para o que Cersei deseja.

Os Freys estão celebrando a vitória na retomada de Correrrio, embora Jaime não esteja tão empolgado. Ele conversa com Walder sobre a sua vitória, que é fraca já que a Casa Frey foi salva pelos Lannisters. Walder compara ele e Jaime por serem regicidas, mas Jaime não se importa com isso. E Arya acabou aparecendo por lá para matar Walder Frey numa outra ótima cena, com o detalhe da torta…

A cena em que Tyrion se torna a Mão da Rainha também foi bem legal. Tanto Dany quanto Tyrion não costumam ser as pessoas mais emotivas. Pouco antes, ela dispensou Daario e admitiu para Tyrion não ter sentido nada. Os dois têm uma conexão e fazem um bom equilíbrio.

No Norte, agora que Ramsay Bolton morreu, a preocupação é com a grande guerra contra o Rei da Noite. E Jon Snow acaba se tornando o Rei do Norte. Tá, mas e o papel de Sansa nisso tudo? Mindinho fala o que quer de Sansa, mas ela não aceita. Ele vai aceitar isso? Acho que não… mas teremos que esperar um ano para saber.

E para completar esse episódio também confirmou a famosa teoria sobre os pais de Jon Snow. Como esperado, ele não é bastardo de Ned Stark. Ele é filho de Lyanna Stark, irmã de Ned, com Rhaegar Targaryen. Ned cuidou dele como bastardo para protegê-lo, a pedido de sua irmã. Mas Jon e nem ninguém sabe disso, além de Bran. Enfim: L+R=J estava certa!

Nas cenas mais rápidas de Game of Thrones, mas ainda assim eficazes, Sam chegou na Cidadela para se tornar meistre e entrou naquela biblioteca imensa e maravilhosa, e Olenna e Varys estavam em Dorne para se vingar dos Lannister. Finalizando também em grande estilo, Dany, com ajuda de Yara e Theon, do pessoal de Dorne e Olenna e acompanhada de Tyrion e Varys, está se aproximando de Westeros para reivindicar o Trono de Ferro.

Além da história, a Batalha dos Bastardos de Game of Thrones se destacou por causa da técnica impecável na batalha em si. O nível de detalhes e realismo foi fantástico. Em “The Winds of Winter”, o destaque foi a música. Esse episódio de Game of Thrones poderia ganhar prêmios pela forma que foi conduzido por meio da música. Da primeira cena até a última. O seu uso foi maravilhoso. Com um piano quase triste durante os cumprimentos Grande Septo de Baelor e durante a coroação de Cersei com algo mais sombrio.

Ah, e toda a montagem de Porto Real também teve técnica brilhante, assim como o episódio passado, mas com mais humanidade e peso emocional. Com muitos contrastes e diferente do que vemos geralmente na série. O diretor Miguel Sapochnik merece aplausos por como conseguiu construir a batalha do episódio passado, mas também por como montou esse episódio, com destaque para o suicídio de Tommen.

O final da sexta temporada foi cheio de acontecimentos, desenvolvimentos e conclusões. Os arcos que ainda estão abertos despertam muita curiosidade. Como esperar um ano até saber o que vai acontecer com Daenerys e sua frota super girl power chegando em Westeros? Por tudo isso, esse foi um dos episódios mais completos de Game of Thrones.

Nota: 5/5

– Confira a crítica sobre o episódio 6×01 – “The Red Woman”
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