[Crítica – Cine PE 2024] Curtas-metragens do 3º dia
Na terceira noite de exibições, sábado (08), o Cine PE 2024 exibiu filmes na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos, na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais e na Mostra Competitiva de Longas Metragens.
Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos
O primeiro curta-metragem exibido foi Das Águas (dirigido por Adalberto Oliveira e Tiago Mastins Rêgo) que trata da negligência do governo com os pescadores de Recife. É um documentário forte, com vários depoimentos de quem sobrevive da pesca de animais no Rio Capibaribe e busca melhorias ao longo dos últimos anos. Israel, que participa do curta, discursou no palco do Teatro do Parque, durante o Cine PE, e denunciou o tratamento que a comunidade pesqueira têm recebido da Prefeitura do Recife.
Após um início forte, o segundo curta-metragem exibido foi Náufrago (dirigido por Vitória Vasconcellos). É um curta sobre o processo de luto. Com intuito de ser poético e com algumas bonitas imagens da praia de Itamaracá, o curta não empolgou. Não senti que a melancolia e sentimentos foram bem expostos ou explorados.
O terceiro e último curta da mostra foi Emocionado (dirigido por Pedro Melo). Com certeza foi o destaque da noite. Empolgou o público do início ao fim, desde a apresentação do curta, com os realizadores no palco do Teatro do Parque, até a sua exibição. O curta-metragem utiliza a estética gamer como metáfora ao que o protagonista está passando, sobre aquilo ser apenas uma fase da sua vida. A tela está constantemente cheia de estímulos visuais. O diálogo é ágil e perspicaz. A química entre o protagonista e sua melhor amiga está ótima de assistir. O diretor contou que desejava fazer uma farofa teen LGBTQIA+. E conseguiu perfeitamente! O curta é divertidíssimo e levou o público às gargalhadas algumas vezes durante os seus 15 minutos de duração.

Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais
Hoje Eu Só Volto Amanhã (dirigido por Diego Lacerda, Luan Hilton, Chia Beloto, Marila Cantuária, Juliette Perrey, Marcelo Vaz, Yuri Shmakov, Raul Souza, Gio Guimarães, Gabriel de Moura e Rubens Caetano) foi o primeiro curta exibido na segunda mostra da noite. Apesar de ter apenas 8 minutos, o curta-metragem tem essa quantidade imensa de diretores, que tiveram liberdade criativa para explorar a animação de diferentes maneiras, com diferentes técnicas. O curta-metragem em si não tem bem uma história de início, meio e fim, mas vale como uma fiel representação e homenagem ao Carnaval de Olinda.
O segundo curta nacional da mostra, Sertão América (dirigido por Marcela Ilha Bordin), é experimental e cheio de planos contemplativos. O documentário fala sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara. Para mim, o ponto baixo da noite.
Em seguida, foi exibido o curta-metragem Sempre o Mesmo (dirigido por João Folharini), um dos meus preferidos da noite. O projeto conta a relação e aproximação de um pai com Alzheimer e seu filho. O curta-metragem fala sobre masculinidade tóxica e é super delicado, com cenas simples, mas fortes. O curta tem cenas e diálogos que podem parecer corriqueiros na superfície, mas cheios de carga, e tem um desfecho belo e cheio de delicadeza e amor.
A Chuva Não Me Viu Passar (dirigido por Leonardo Gatti) fechou a noite de curtas-metragens. Tem cenas divertidas e fofas com a carismática atriz Berna Sant’Anna interpretando Dona Célia. Também é um curta simples e cheio de significados nas entrelinhas. Com certeza vai aquecer os corações de quem tem saudade de sua avó. É uma grande homenagem às nossas queridas avós. O final é bem bonito.
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