[Crítica] Westworld: 2×05 – Akane No Mai
Antes da segunda temporada de Westworld começar, já era de conhecimento do público que haveria um episódio quase inteiro em japonês. Foi o quinto episódio, “Akane No Mai”. Por ter sido tão comentado antes mesmo da temporada começar, a expectativa estava alta.
Até agora, a temporada vinha numa crescente e acrescentava muita informação a cada episódio. Em “Akane No Mai”, a série deu uma freada. Boa parte do episódio se passa em Shogun World, parque ambientado no Japão do Período Edo (1603-1868). O fato de todos do local realmente falarem japonês é um ponto alto, assim como o elenco ser do Japão.
Sizemore explicou que Shogun World é uma “adaptação” do Velho Oeste no mundo oriental. E podemos ver que cada um dos personagens têm suas versões orientais; é legal ver os nossos conhecidos personagens conhecendo as suas versões e ver Sizemore explicando que não havia ter tanta criatividade para criar tudo diferente em tão pouco tempo.
Boa parte do episódio se passou em Shogun World – e a parte fora de lá foi a mais fraca do episódio. Por serem basicamente versões orientais dos personagens de Westworld, dá para entender a ligação imediata entre Maeve e Akane, sua “versão gueixa”. Uma informação importante de “Akane No Mai” é que fica totalmente comprovado que Maeve está consciente. E mais que isso, ela prevê o que vai acontecer, acessa as mentes dos demais e consegue controlá-los usando apenas sua mente, sem precisar falar nada. Basicamente a mais poderosa do parque, não é? Pelo menos até agora.
E a série não deixa essa habilidade forçada, já que ela já foi meio que introduzida no passado. No primeiro episódio da segunda temporada de Westworld, vimos Bernard contando que os anfitriões conseguem transmitir mensagens entre eles sem necessidade de uma conversa, como que por “telepatia”, para ajudar a localizar anfitriões e convidados.
A fotografia do episódio foi linda. A cena em que Maeve está plena sentada enquanto toda a ação e sangue corre por trás dela foi sensacional. O episódio também consegue mostrar como Westworld pode se abrir a vários temas e explorar os demais parques no futuro. Tudo o que acontece ali é igual ao que vimos dezenas de vezes, e foi ótimo ver a “adaptação” do assalto de Hector em sua versão oriental.
Ponto também para todos os clichês que podemos ver em Shogun World. E isso não é uma crítica. Como um bom parque para entreter o homem ocidental, é natural que o parque seja recheado de estereótipos sobre os seu respectivo tema.
As cenas de Dolores, Teddy e Bernard foram as coadjuvantes do episódio. Mas Dolores tomou uma atitude bem polêmica e questionável. Por achar que Teddy é muito doce e bonzinho (?) para o que eles estão prestes a enfrentar, ela apaga essas características e aumenta características de agressividade e sangue frio.
Dolores afirma que os humanos são cruéis por usar e abusar dos anfitriões. Ok. Mas ela não está fazendo a mesma coisa em nome da liberdade? Ela não está tirando o livre-arbítrio deles? O que faz dela alguém melhor que os humanos que ela odeia? Isso mostra a maior diferença entre Dolores e Maeve. As duas querem liberdade, mas apenas Maeve permite que os outros tenham sua liberdade, enquanto Dolores não mede esforços para conseguir o que é certo e o que considera bom. Por mais que parta o seu coração fazer isso com Teddy, ela não vai medir esforços e não vai se importar com o caminho que deve percorrer, quem deve matar e o que deve fazer para alcançar o seu objetivo.
Com exceção da mudança extrema de Teddy, causada por Dolores, e o fato de Maeve poder controlar a mente das pessoas de Shogun World, “Akane No Mai” valeu por ser visualmente um belíssimo episódio. Talvez seja porque as expectativas estavam altas, mas o episódio da semana parece parece ter sido melhor que este. Ainda assim, mais um ótimo episódio da temporada.