Crítica

[Crítica] Esquadrão Suicida (2016)

Batman vs Superman foi bastante criticado. Com Esquadrão Suicida, a DC parecia trazer a sua redenção. Não foi bem assim. Os trailers e todo o marketing prometiam muito, mas o filme acaba não entregando isso tudo.

Em Esquadrão Suicida, Amanda Waller (Viola Davis) é uma agente do governo que deseja criar um “time” de criminosos que estão numa prisão de segurança máxima para lidar com super-humanos. Esse time de vilões não pode ser conhecido publicamente. Se algo der errado no plano, eles serão os responsáveis aos olhos do mundo.



O primeiro ato do filme tem um ritmo mais acelerado. Ele é formado por diversos flashbacks, com Amanda Waller apresentando cada membro do Esquadrão Suicida para o público. Como era de se esperar, são muitos personagens e pouco desenvolvimento. Eles são apresentados meio que por ordem de importância, começando pelo Pistoleiro (Will Smith), seguido por Arlequina (Margot Robbie) e o Coringa (Jared Leto), que nada mais é do que um coadjuvante da história de Arlequina. Os demais tem seus passados e motivações mais “jogadas”.

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Apesar do bom ritmo do início, um detalhe incomoda nesse início: ao mostrar o nome de cada personagem, também é mostrado embaixo a “ficha técnica” de cada um, com suas características e o motivo de ter sido preso. O problema? Todo esse texto, que ocupa metade da tela, aparece por… 5 segundos? Não sei. Mas não dá para ler quase nada. E o filme não foi feito pensando em quem vai ver por DVD e ter a chance de pausar a cada novo personagem. A edição podia ter sido mais cuidadosa aí. Menos texto? Mais tempo em tela? O texto sendo exibido aos poucos, a medida que o flashback acontecia?

Mas isso é um detalhe que no fim das contas não comprometeria o filme. O início é mais envolvente, cheio de músicas pop para embalar cada flashback. Ao longo de seus 123 minutos de duração, entretanto, toda essa energia e bom ritmo parecem ser mal planejados, beirando até o exagero no uso de flashbacks. O filme também tenta dar o máximo de informações sobre o passado e sobre o futuro, como acontece com o envolvimento do Batman (Ben Affleck) na história e os indícios da criação da Liga da Justiça. E isso acaba virando um problema, já que Esquadrão Suicida tenta tocar em várias questões do universo DC e deixa de aproveitar e focar mais no material que teria para usufruir no filme. E isso faz com que aquilo que estamos assistindo sempre passe a sensação de que está faltando algo.



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Outro problema que senti no filme, sobre a edição, foi a falta de timing em alguns momentos. Algumas piadas parecem desconexas com o todo. Parece que está acontecendo uma coisa tensa, uma personagem sai andando para um “outro cenário”, solta uma piadinha aleatória para fazer a plateia rir e então volta para a ação. Na sessão da cabine de imprensa foram pouquíssimos os momentos que conseguiram registrar uma risadinha aqui ou ali. Ah, e quase todas as piadas já foram vistas nos trailers…

Apesar dos problemas claros de edição e roteiro, o filme consegue acertar no elenco. Viola Davis está ótima como a ardilosa e poderosa Amanda Waller, enquanto Margot Robbie consegue imprimir todo o carisma necessário a Arlequina, fazendo da personagem provavelmente a melhor coisa do filme. Mas, sim, apesar da gente entender que a Arlequina é doidinha, às vezes o filme exagera em nos mostrar isso em diálogos. Algumas falas poderiam ser cortadas e a gente entenderia como a Arlequina é da mesma forma, apenas por suas ações. Gostei do Coringa do Jared Leto, mas fiquei impressionada com quão pouco ele aparece. Todo o marketing do filme fez parecer o contrário. Todo o foco dado a esse “novo Coringa” em trailers, capas de revistas, matérias… mas no fim das contas ele é basicamente uma participação especial.

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Will Smith também imprime todo o seu carisma ao personagem, com uma história de vida bem emotiva. Jay Hernandez cria um Diablo interessante, que tem receio em usar seus poderoso. E Adewale Akinnyoye-Abbaje está com uma maquiagem incrível como Crocodilo. Bom elenco, bons personagens. O problema é como eles são usados. A grande ameaça do filme é muito fraca e tem o visual bem… tosco. A grande ameaça não é convincente.



Já o Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Monster T (Common), Amarra (Adam Beach) e Katana (Karen Fukuhara) são mal explorados. São vilões não conhecidos no mundo do cinema. E, se depender de Esquadrão Suicida, você basicamente vai continuar sem saber quem são eles. Sobre a Magia (Cara Delevingne): no início fiquei bem interessada na história, estava achando interessante, mas a medida que o filme passa…

Enquanto o primeiro ato tem bom ritmo, o segundo é arrastado e simples. Será que essa linguagem desconexa foi resultado das refilmagens que aconteceram poucos meses antes do filme estrear? Talvez isso seja respondido caso a versão estendida seja divulgada, como aconteceu com Batman vs Superman. Essas refilmagens teriam acontecido para deixar a história mais leve e com mais humor. Bom, parecem não ter conseguido. E fica a impressão de que o filme poderia ter ficado melhor sem essa tentativa.

Esquadrão Suicida não é terrível. Só fica muito aquém daquilo que havia prometido. E deixa a sensação de ter sido um filme mal aproveitado. A história é confusa, não linear e sempre acaba sendo cortada por uma história paralela que não tem peso na história principal.

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