[Crítica] A Lenda de Tarzan (2016)
Fui assistir A Lenda de Tarzan esperando odiar. É, realmente não gostei do filme, não achei bom. Tem algumas coisas que se salvam e podem ser elogiadas. Mas no geral…
O herói Tarzan foi criado em 1912 por Edgar Rice Burroughs. Desde então ele foi tema de diversos livros, quadrinhos e filmes. Já é algo icônico, que você pode nunca ter lido ou visto nada, mas conhece a sua figura. O diretor David Yates quis fazer mais uma versão em A Lenda de Tarzan.
O Tarzan já faz parte do imaginário de todo mundo. Então como fazer um filme sobre essa figura tão “batida” ter algo de original? Remodelá-lo, mostar um novo “lado” seu. E essa “originalidade” é legal no filme, a coragem de mostrar uma nova abordagem para uma história tão conhecida e retratada amplamente. Começamos o longa vendo Tarzan (Alexander Skarsgård), que agora é John Clayton III, civilizado, vivendo na cidade como um nobre, casado com Jane (Margot Robbie). Mas ele terá que voltar para selva e para aquela figura de Tarzan.
A partir daí ele terá que salvar uma tribo e os animais de Leon Rom (Christoph Waltz). O vilão quer construir uma ferrovia e virar General Governante de país africano. O problema é que as motivações dos personagens nunca são tão claras e não parecem firmes. O roteiro falha nesse ponto e não desenvolve bem essa base para os personagens.
O filme também tenta subverter a ideia da mocinha Jane como uma ~donzela em perigo~. Caso você não perceba, a personagem chega a falar com todas as letras em um momento: “Você quer que eu grite como uma donzela?”. Ok. Boa tentativa e boa intenção. O problema é que, tirando uma frase ou uma coisinha aqui e ali, não sei se de fato ela deixa de ser a clássica donzela em perigo.
Mas, sim, a Jane é mais decidida e tem mais personalidade. E tem a beleza de Margot Robbie, né! Além da beleza, ela está ótima no papel assim como está sempre. E aí está outro ponto alto do filme. Margot Robbie. Mas não só ela. O elenco inteiro. Christoph Waltz também está ótimo, nem precisa comentar. O mesmo vale para Samuel L. Jackson. E Alexander Skarsgård também. Ele incorpora bem o Tarzan do filme em cada cena. Ele tem o corpo, claro, mas também boas expressões nas sequências e o famoso grito do Tarzan, que é introduzido no filme com uma piadinha.
Mas o principal mérito de A Lenda de Tarzan está nas locações, que nos mostra paisagens naturais belíssimas do Congo. Os efeitos especiais usados nos animais também são muito bem feitos. No CGI você pode notar algo mais ou menos aqui e ali, mas os animais estão impressionantes. O grande problema está no roteiro, que é superficial e raso, fazendo o filme virar algo esquecível.