Crítica

[Crítica] Florence: Quem é Essa Mulher? (2016)




Se precisasse definir Florence: Quem é Essa Mulher? em poucas palavras, diria: que filme prazeroso de assistir! Meryl Streep, sempre brilhante, participa dessa biográfica divertida de uma cantora inesquecivelmente terrível, Florence Foster Jenkins.

A história se passa em Nova York, em 1944, e nos mostra uma diva super iludida cantando em recitais particulares, que felizmente não sabe como sua voz é terrível. E Meryl Streep, por mais redundante que isso possa parecer, está maravilhosa transmitindo tudo isso que a personagem é e acredita que é. Dá para sentir como ela é divertida, para cima e ama tudo o que a rodeia. E ela acerta no tom também nas cenas mais tristes.

Quando Florence abre a boca para cantar… não é bonito. Mas a verdade é protegida de seu conhecimento por seu marido, St Clair Bayfield (Hugh Grant), um ator falido. A sua missão de vida é manter os zombadores e haters longe de Florence, sempre que pode subornando o público e pagando críticos. Ele sempre a mima, faz todos os seus caprichos e tudo mais. Ele é como o seu gerente e acompanhante, mesmo indo embora todo dia de noite, depois de Florence dormir, para o seu apartamento separado com outra mulher, Kathleen (Rebecca Ferguson).

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Até que Florence corre o risco de uma grande exposição após organizar a sua própria apresentação no Carnegie Hall. Ela contrata o pianista Cosme McMoon (Simon Helberg), que sempre está preocupado em sua reputação como pianista. Afinal, o que pensarão dele ao vê-lo tocando ao lado de Florence e sua voz peculiar?

Simon Helberg também está perfeito no papel e é um dos destaques do filme, adicionando mais humor no filme com atos sutis ou detalhes de sua personalidade. Não dá para não se divertir principalmente em suas cenas iniciais, em que ele deve ter sentido ter sido colocado no meio de um grande teatro em que ele escuta uma coisa (Florence cantando mal), mas vê outra reação (todos morrendo em elogios para ela).

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O público, que é repleto de militares que regressaram recentemente da Segunda Guerra Mundial, reage com uma mistura de zombaria e sorrisos de pena e caridade. Já a crítica não perdoa. Até que chega num ponto que Florence não consegue mais ficar blindada da verdade e vê o que realmente falam sobre ela. Como ela irá lidar com isso? A partir daí, o filme ganha um ar mais triste…

Florence: Quem é Essa Mulher? é um filme leve, sim, mas que consegue encantar e envolver, tudo com um toque muito equilibrado de despretensiosidade. Não é uma comédia pastelão. Pode ser considerado um filme menor, mas é belo, singelo, sutil, tem bom roteiro e ritmo agradável. Foi uma grata surpresa. Vale a pena assistir.

Nota: 4/5