[Crítica] Paz Para Nós em Nossos Sonhos (2015)
Paz Para Nós em Nossos Sonhos desperta curiosidade por causa do ar de mistério. Nada fica claro, nomes dos personagens não são revelados e muito menos suas motivações. Sharunas Bartas dirige e protagoniza o filme. Ele interpreta um pai distante, que vai passar uns dias na casa de campo com sua filha adolescente e sua esposa, violinista que também está em crise existencial.
A primeira cena do filme já o abre com uma beleza única. É como se fizéssemos parte da plateia de uma igreja da Lituânia, onde um concerto musical acontece. Tudo muito bonito e harmonioso, até que a harmonia acaba quando a violinista tem uma crise nervosa, sai do ritmo e começa a rir sem parar, até começar a chorar.
E a primeira cena também diz muito sobre o filme como um todo. De alguma forma, você é sugado para a história e toda a beleza que aparece a cada quadro. A curiosidade sempre fica presente e você se vê sempre perguntando quem são aquelas pessoas, o que aconteceu anteriormente, o que elas estão pensando etc. Não são dadas respostas.
A fotografia deve ser mencionada. Se a falta de explicações poderia ficar cansativo em algum momento, isso é amenizado pelas belíssimas imagens a todo tempo. Há planos fechados capturando a agonia de rostos e planos bem abertos destacando a bela paisagem do lugar.
Além dos três personagens da família, outras pessoas se somam ao cenário melancólico do filme. Todos tem em comum a quase falta de diálogo. Todos eles mal se falam. Mesmo que vivam juntos, seus dramas são independentes e praticamente sem ligação um com o outro. Cada um convive alheio ao outro.
Mais do que apresentar uma trama e dar suas respostas, Paz Para Nós em Nossos Sonhos convida quem assiste para apreciar cada quadro de forma introspectiva.
Nota: 3.5/5