[Crítica] Happy Valley – 2ª Temporada (Netflix)
Na excelente segunda temporada, Happy Valley volta com os mesmos temas, agora até mais apurados, da primeira. Crimes e situações limites são dilemas morais difíceis de ser resolvidos quando ocorrem a pessoas pacatas, que seguem suas vidas ordeiras em família e pouco esperam do destino. A série é para ser vista de uma vez só (separa um dia do fim de semana). Assim, pode-se imergir no universo criado por Sally Wainwright.
A trama principal nessa segunda temporada, e que move tudo ao seu redor, é a de John Wadsworth (interpretando pelo ótimo Kevin Doyle, que também deu show em Downton Abbey como o querido, e também certinho, Mr. Molesley; aliás, o personagem fica ainda melhor quando se conhece Molesley). Depois de se livrar da amante, John descobre que ela não está a fim de deixar barato e inicia um processo de chantagem absolutamente constrangedor.
Os detalhes são de deixar qualquer um com o coração na mão. Como é de se esperar, a situação vai saindo totalmente do controle quando John decide dar um basta no imbróglio. A produção é muito boa em misturar os elementos de crime aos impulsos humanos mais banais, e consegue fazer com que o espectador jamais perca a empatia – até pelos personagens mais difíceis.
Dessa maneira, a série dá continuidade ao tema que se propõe investigar: o que fazem pessoas comuns, de uma cidadezinha sem relevância do Reino Unido, quando se veem atoladas até o pescoço em crimes? Catherine Cawood, interpretada por Sarah Lacanshire, parece se fazer esse mesmo questionamento enquanto tenta manter a sua família junta e funcionando.
Nesta segunda temporada, vemos uma Catherine mais abalada, aparentemente desacreditada no seu trabalho e na sua vida, em parte pelos acontecimentos da primeira temporada. A fantástica atriz Sarah Lacanshire deixa viva a série, uma verdadeira joia contemporânea da TV. Não se arrependerá de assistir Happy Valley que gostou de The Fall e de Fargo.
Nota: 5/5