[Crítica] O Conto dos Contos (2015)
Garrone nos apresenta três histórias, em três reinos distintos, que se entrecruzam em certo momento. O filme é um conto de fadas fiel e subversivo, com violência, coisas grotescas e desconfortáveis.
Os dois passam a noite juntos, sem que ele a veja, sempre no escuro. Até que a luz do dia vem e ele vê a aparência da mulher. Revoltado, manda seus serventes jogá-la pela janela. Após a queda, ela encontra uma bruxa, que muda a sua aparência para a da jovem atriz Stacy Martin. O rei vê a jovem e se apaixona novamente, mas dessa vez, como a aparência dela lhe agrada, casa e a torna a nova rainha. Mas até quando essa aparência irá durar?
Por fim, a terceira e última história traz Toby Jones como um rei viúvo que cria sua filha, a princesa interpretada Bebe Cave. O rei encontra uma pulga e resolve cuidar dela. Mas o bichinho não para de crescer. Após a morte da pulga gigante, ele usa o couro retirado de seu pulmão para encontrar o pretendente para a sua filha. Mas o plano não dá muito certo, já que o pretendente que acerta a pergunta está longe de ser o ideal.
O filme acerta por mostrar três contos de Giambattista pouco conhecidos entre a maioria das pessoas. As três histórias pouco se interligam, apenas no início e no fim, mas todas tratam de ilusão, obsessão e paixão. A intenção é claramente criar uma história fragmentada, mas pode ser vista como pouco coesa entre parte do público – esse seria o único defeito do longa, mas que mesmo assim não cria nenhuma barreira para deixar de ser totalmente aproveitado.
O ritmo, visual e elenco do filme são todos acertados. O filme é fascinante, e a história tem uma certa dose de sombria. E já mencionei isso, mas nunca é demais repetir, é visualmente impecável! O filme foi indicado à Palma de Ouro em 2015.