[Crítica] O Futebol (2015)
O futebol é o esporte mais famoso do Brasil. As Copas do Mundo são grandes eventos que mobilizam a população, mas os campeonatos menores e locais também têm grande poder de mobilização.
No documentário O Futebol, o diretor Sérgio Oskman mostra como o esporte pode ser uma das únicas lembranças da infância que um filho tem sobre seu pai. O documentário mostra o reencontro do filho, o próprio Sérgio, com seu pai durante a Copa do Mundo de 2014, que aconteceu no Brasil.
O diretor e personagem Sérgio está radicado na Espanha há 20 anos. No país europeu, fez diversos documentários sobre personalidades e times de futebol de lá e no Brasil. Já o seu pai, Simão, ficou no Brasil, cuidando de sua pequena loja que conserta aparelhos eletrônicos.
O documentário segue Simão pela cidade de São Paulo enquanto os jogos da Copa do Mundo estão rolando. E Sérgio filma seu pai quase como um personagem, de forma ficcional, e até interage com ele. Em um momento, ele pergunta se seu pai não gostaria de ir assistir a um jogo no estádio do Itaquera. Simão responde: “A Copa não paga minhas contas”.
O documentário também não tem trilha sonora, apenas o som do ambiente e o silêncio, que deixa clara a tensão entre pai e filho, e também entre quem assiste aos jogos de futebol, incluindo vexame do 7 a 1 da Seleção Brasileira contra a Alemanha.
Ele também não tem aquela imprevisibilidade de situações como foco do documentário ou a clássica estética de câmera na mão. Cada cena é planejada. O pai de Sério, ciente de que está sendo filmado, em um momento pergunta: “Já posso ir embora?”
Nota: 3/5