[Crítica] Tudo Vai Ficar Bem (2015)
Nos últimos anos, Wim Wenders se envolveu no mundo dos documentários. Com Tudo Vai Ficar Bem, ele retorna ao drama e conta uma história sobre pessoas lidando com o luto e com a depressão.
Um escritor (James Franco) está em um relacionamento em crise, com bloqueio criativo e acaba se envolvendo num acidente. Esse acontecimento o atinge tão forte que ele entra em depressão. E nós vamos acompanhando a vida dele e dos personagens ao seu redor ao longo dos anos. E um dos grandes problemas do filme é não conseguir se aprofundar ou desenvolver bem nenhum desses personagens.
O relacionamento em crise de Tomas (James Franco) e sua namorada Sara (Rachel McAdams, sempre ótima) não se desenvolve bem, assim como a personagem de Charlotte Gainsbourg, que durante grande parte do filme mal aparece, apesar de seu suposto peso na história. O filme ainda traz Marie‑Josée Croze no elenco, com mais uma personagem que poderia ter sido melhor aproveitada, em vez de quase que apenas “jogada” na história. O personagem de James Franco, protagonista do filme, não é tão bem escrito ao ponto de sentirmos empatia e nos relacionarmos com ele. Tudo soa um tanto artificial.
A “atmosfera” depressiva e melancólica do filme, assim como as belas imagens mostradas de vez em quando são belíssimas. O filme, que foi filmado em 3D, é um verdadeiro espetáculo visual, mas isso vira um problema quando é quase que o seu único ponto bom. Ele foi gravado em Montreal, no Canadá, durante várias estações, e desfrutou bem de todas as paisagens brancas e geladas do local.
Espetáculo visual, sim. Mas um bom filme não se limita a isso. Fica o sentimento de frustração por assistirmos a um filme de pouco mais de 2 horas de um diretor aclamado, cheio de personagens sem profundidade e acontecidos mal explorados. Não é à toa que o filme foi considerado um desastre em todos os festivais de cinema em que foi exibido. Uma pena
Nota: 2.5/5