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Quais foram as cinco melhores séries de 2015

Quais foram as cinco melhores séries de 2015

O ano termina e atesta mais uma vez a qualidade das produções televisivas. Vindas de uma pequena revolução iniciada por The Sopranos, as séries contemporâneas deixam de vez a narrativa simples, a concessão absoluta ao espectador e embarca em complexidade temática, anti-heróis e tramas labirínticas. Quem sai ganhando, nem precisa dizer, é o público.

Este ano foi especialmente repleto de séries bem trabalhadas. Destaque absoluto fica com a série Fargo, que impressionou demais e se manteve em alta qualidade durante todos os capítulos.

Seus criadores estão de parabéns; deixaram os fãs na expectativa de mais uma temporada e ensinaram como segurar uma série do começo ao fim.

Fargo

Em sua segunda temporada, Fargo conseguiu fazer exatamente tudo aquilo que True Detective não foi capaz. Não é surpresa, portanto, que as séries tenham tido destinos tão díspares. Noah Hawley, criador e roteirista da série, conseguiu reunir um bom grupo de escritores para dar vida a sua visão do caso criminoso ocorrido em 1979. Acertou também em fazer a história clara para o espectador; a trama é complexa, mas em momento algum é impossível de acompanhar.

— Leia aqui a crítica da primeira temporada.

Aliada a ótimas atuações com um elenco de primeira (Kirsten Dust é um show à parte – rouba qualquer cena em que aparece) e uma direção cuidadosa em cada episódio, a série conseguiu conquistar o posto de melhor do ano. Esta produção cria um universo entre as temporadas e o filme de 1996 de uma maneira sutil e instigante. Verdadeira aula de como conduzir uma série no cenário altamente competitivo das produções televisivas de hoje em dia.

Mad Men

Os percalços da vida de Don Draper chegaram ao fim este ano. Da série como um todo, a sétima temporada de Mad Men não foi a melhor, no entanto foi boa o bastante para figurar aqui. A produção que se caracterizou pelo alto rigor da recriação da época – em suas mais diversas facetas – dos anos 1960 sempre soube como criar dramas que não fossem derramados demais, exagerados. Como resultado, tivemos uma série que respeitou o seu espectador em cada etapa da jornada.

The Leftovers

Não foi com uma primeira temporada admirável que The Leftovers começou. Foi regular; envolvente em alguns momentos. Já na segunda temporada, Damon Lindelof e o escritor Tom Perrota tomaram a liberdade de criar histórias a partir do zero (a primeira foi inteiramente baseadano livro homônimo de Perrota).


Desde o primeiro episódio, a série avisou: Esta temporada vai ser grandiosa. De fato o foi. Os arcos dos personagens criados ao longo da temporada foram muito bem construídos e deram a chance de que pudéssemos explorar com profundidade cada um deles. O formato escolhido, em que a cada capítulo um certo personagem era privilegiado em detrimento do resto, deu frescor novo ao fã da série.

— Leia críticas dos episódios da segunda temporada.

Os temas de que a série se ocupou (ex: a que ponto pode chegar a fé humana bem como a falta dela?) lembraram bastante certos momentos de Lost e foram responsáveis pelos destaques da temporada. A série abre com um episódio matador, absolutamente impressionante. Infelizmente, nos dois últimos, perdeu-se um pouco a mão e a série não foi tudo o que podia e prometia ser. Ainda assim, estabeleceu-se como uma das melhores do ano.

House of Cards

A saga de Frank Underwood permanece oferecendo bons frutos aos espectadores – e péssimos aos personagens ali envolvidos. Ter um crápula absoluto como personagem central pode não ser o ápice da originalidade, mas não deixa de ser ousado. Grande parte do sucesso da série resta na atuação impecável de Kevin Spacey que, em sua representação do político sulista sem escrúpulos, conseguiu cativar um número enorme de voyeurs da política moderna – regada a fisiologismo e batalha suja por interesses próprios.

Louie

A única série de comédia da lista deixa uma pergunta: esta é mesmo uma série de comédia? Ou: será que ainda se trata de uma série de comédia? Louis C. K. toca a sua série como um músico de jazz; a linha melódica com que começa um capítulo não precisa necessariamente fazer sentido com a que termina. A colcha de retalhos construída nos episódios está longe de se parecer com um programa de sketches. São como pequenas antologias numa mesma meia hora. A última temporada foi a consagração total do formato, o que nos deixa curioso para o que está por vim. Artista consciente de sua arte, Louis não deve insistir ad infinitum no que vem dando certo. Com ela, o canal FX foi o único a emplacar duas séries em nossa restrita lista.

A intenção da lista é ser realmente rigorosa, dando espaço apenas para as cinco melhores. Mas deixo aqui algumas menções honrosas:

– Orange Is the New Black
– The Americans
– Girls
– Master of None
– Game of Thrones

Que venha 2015 com séries ainda melhores!

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