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‘Ninguém sabe como escrever mulheres melhor do que Ryan Murphy’, diz Lea Michele

Durante os últimos meses, Scream Queens tem nos encantado com suas histórias ultrajantes e divertidas, e foi lentamente revelando não um, não dois, não três, mas quatro assassinos. Após Boone, Gigi e Pete serem descobertos, descobrimos que a assassina final era Hester Ulrich, a Chanel #6, interpretada por Lea Michele.
A Vulture fez entrevista com Lea Michele para falar de seu papel em Scream Queens, sobre como Hester é a anti-Rachel e o universo de Ryan Murphy. Leia abaixo a entrevista completa.

Primeiramente, quão antes você descobriu que era o Red Devil? Como o elenco reagiu?

Bom, acho que foi mais quão tarde eu descobri que ia ser o Red Devil [risos]. Eu literalmente descobri quando o roteiro foi entregue. Eu estava em Nova York com Keke Palmer e Emma Roberts dando entrevista. Perguntei se elas tinham recebido o roteiro e Keke, bem despreocupada, “É você.” Apenas uma conversa normal. Primeiro eu fiquei em pânico e pensei, Meu Deus, então eu devo morrer! E ela disse, “Não, você consegue se safar.” Então aliviei muito da minha ansiedade, porque eu amo Hester e acho que foi uma reviravolta incrível. Eu obviamente não queria vê-la morrer, então eu consegui o melhor dos dois mundos. Eu consegui ser o Red Devil e ver Hester se safar das mortes e ficar viva. Mas lembre-se, no final das contas, ela não matou ninguém de verdade. A única pessoa que ela realmente matou foi Pete – e ele estava matando pessoas. Então ela era a grande mente por trás de tudo. Com tantas outras pessoas para trabalhar, era muito fácil jogar a culpa para outra pessoa ou para as Chanels. Ela tinha um pouco de munição para conseguir se safar e viver uma vida normal.
Eu diria que ser a mentora é muito mais interessante e completo do que os assassinos.

Também acho. Se você olhar personagens como Pete e Boone, suas tendências homicidas os tornam canhões à solta. A verdadeira diversão para mim foi interpretar a mentora realmente estável. Foi muito legal, nunca tinha feito algo assim como atriz antes Uma das minhas cenas preferidas foi com Jamie Lee Curtis no último episódio, no memorial. Havia uma intensidade sólida que vinha com Hester, e na última parte da temporada ela estava tão exagerada e teatral, foi um momento bem alterado dela. Eu venho dizendo que, como atriz, este foi o maior papel que eu desempenhei para trabalhar na minha comédia física e tive a oportunidade de ser engraçada e exagerada – e no final, fiquei ainda mais sombria e manipuladora como mentora assassina. Quão legal é isso?
Quais eram suas teorias sobre o Red Devil antes de descobrir?

Eu estava muito, muito convencida que era Oliver Hudson. Ou ele sozinho ou ele e Grace. No final as pessoas pensavam em mim, Skyler Samuels ou Oliver, então quando descobrimos que era eu acho que as pessoas não ficaram muito surpresas, mas nós começamos a focar em poucos personagens no final.
Foi uma boa mudança de ritmo para você interpretar uma personagem um pouco mais nerd e mais recatada naqueles primeiros episódios?

Com certeza! Eu não usava nenhuma maquiagem, aqueles eram meus cachos naturais. Basicamente eu dormia com o cabelo molhado, acordava e ia para o set. Nenhuma maquiagem e roupas largas. Foi uma grande transformação para mim ir de Rachel Berry durante sete anos para interpretar essa garota meio suja, anos 90, suavemente-gótica com Hello Kitty.
E aquele colar cervical brilhoso de Hester é fabuloso.

[Risos] Eu não era muito fã, e quando vi que o colar cervical estava voltando eu fiquei tipo, nããããããoooo. Pelo menos ele brilhava.
Você sente que sua postura melhorou de verdade de tanto usá-lo?

Ugh, não. Foi muito doloroso. Não era um massageador de espinha, Era mais, tipo, ei, eu preciso de umas cem massagens agora. Era um instrumento de tortura. Não foi confortável mesmo. Mas é tudo por amor ao trabalho! Você faz o que tem que fazer. Com certeza valia a pena no fim do dia.
Eu seria negligente se não comentasse como as roupas que as Chanels vestem são fantásticas. Você absorveu algo do departamento de roupas?

Claro que o guarda-roupa é bem exagerado, mas nosso departamento de figurino foi absolutamente incrível em criar esta paleta para essas meninas, e Ryan Murphy obviamente estava muito envolvido nas decisões. Por exemplo, eles sempre faziam Abigail Beslin usar muitas saias lápis e Billie Lourd usar muitas minissaias, então eu queria descobrir qual seria o meu look. Usei muits vestidos, muitas saias com tops apertados – tudo que não lembrava Rachel Berry. Eu sou muito discreta quando se trata de acessórios, então o maior desafio para mim foi usar aquele tanto de acessórios. Emma e eu na verdade fizemos uma promessa uma para a outra no início da temporada. Nós falamos que se a gente parecesse muito louca, uma puxaria a outra para um canto e diria, oh meu deus, garota, você está loooooouca. [risos] E então teríamos que mudar.
Narrativamente, a série atinge um bom ritmo zombando suavemente do sistema grego como um todo, bem como trazendo à tona preocupações válidas sobre seu lado mais sombrio.

Sim. No final das contas, nossa série é uma comédia. O que Ryan Murphy faz muito bem em todas as suas séries, e ele fez muito em Glee, é que ele traz problemas, mas sabe como lidar com eles de uma maneira que é bom no humor, e não precisa ficar muito político sobre tudo. No fim, a série é simplesmente sobre empoderamento feminino e garotas sendo fortes. Mesmo em nosso diálogo, é briguento e afiado, mas há uma liberdade nisso, e isso é muito ótimo e muito poderoso. Ninguém sabe como escrever para mulheres melhor do que Ryan Murphy. Para um homem, ele representa as mulheres de uma forma tão bela e caracteriza mulheres tão incrivelmente. Então, como atriz, poder trabalhar em uma série que é feita para nós é realmente inacreditável.
A única coisa que me surpreendeu com Gigi, Boone, e agora Hester e Pete, é que ainda era fácil simpatizar com eles, apesar de seus atos horríveis.

Essa é outra grande coisa sobre toda a história. Há tantas camadas para todos esses personagens. Até Chanel. Há momentos na série que você fica tão chocado com o comportamento dela, e depois no final do dia ela faz algo que faz você simpatizar totalmente com ela. E essa é outra representação de uma ótima escrita. Embora a série seja altamente cômica e teatral, a ilustração de uma equipe de escritores incrível é que você pode escrever personagens em várias camadas que por um lado são tão terríveis, mas, em seguida, você pode simpatizar com eles e amá-los.
Hester diz no final que o seu reinado do terror acabou. Você acredita nela?

Acredito, realmente acredito. Ela fez tudo que queria alcançar e tomou conta de seus negócios. Temos de ter sorte suficiente para voltar para mais uma temporada, então acho que vamos descobrir o que acontece. Mas acho que ela está muito, muito feliz com como tudo acabou e o que ela fez.
Em um nível pessoal, o que você achou mais recompensador como atriz de trabalhar com Ryan Murphy durante todos esses anos?

Meu Deus, por onde eu começo? Vou realmente voltar ao que eu disse antes – ele é tão incrível em escrever personagens femininas. Eu tive a grande honra de estar em Glee durante seis temporadas e então a oportunidade de vir para outra série e interpretar uma personagem totalmente diferente. A escrita de Ryan é tão progressiva e tão inteligente. E como atriz, esse tipo de coisa é um em um milhão. Estar em uma série com ótima escrita, ótimos personagens e ótimo elenco – honestamente, você não pode pedir mais nada. Eu já disse isso há muitos anos: Ryan é o presente e o futuro da televisão. Ele, neste momento atual, está ótimo com suas séries e continua a ser inovador e inteligente. E você ainda nem sabe as incríveis coisas que ele tem sob sua manga. Qualquer um gostaria de estar onde a inovação está crescendo e nascendo, e é aí que eu quero estar. Eu quero estar exatamente onde ela está acontecendo. E Ryan Murphy é onde isso está acontecendo. Então eu me considero incrivelmente abençoada e sortuda de conhecê-lo e de ser parte da família Ryan Murphy.

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