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[Mostra Cinema SP 2015] O Verão de Sangaile

[Mostra Cinema SP 2015] O Verão de Sangaile
Sangaile é uma jovem da Lituânia que deseja voar. Voar de verdader, ou melhor, pilotar aviões – mais especificamente aqueles que fazem acrobacias no ar. Assim o file se inicia, com belas imagens de um avião fazendo piruetas e encantando a multidão. É lá mesmo que ela conhece por acaso Auste, e as duas iniciam uma amizade.
Não dá para dizer que O Verão de Sangaile, segundo longa da diretora Alanté Kavaitpenão seja um filme bonito. É sim, e delicado, no ponto certo. O problema é que esse filme já foi feito, e de forma muito mais competente, chama-se Azul é a Cor Mais Quente. As duas atrizes de Verão são pontuais, as de Azul são extraordinárias. As cenas de Verão são fofinhas, as de Azul são marcantes. O desfecho de Verão é agridoce, o de Azul é potente, um soco no estômago. Nada de errado em esse filme ter tom diferente do outro, mas ele explora os mesmos conflitos e por vezes atribui à personagem principal os mesmos conflitos.

Julija Steponaityté, interpretando Sangaile, está muito bem, mas não parece ter recebido muito com o que trabalhar. Ela não é memorável. Esse adjetivo se gruda com naturalidade a todos os aspectos do filme. Ele não é memorável nem ao menos no tema que trata, ou na tentativa de oferecer visibilidade às relações homoafetivas.
Curiosamente, achei que uma atriz coadjuvante trouxe muita personalidade ao filme, foi a mãe um tanta amarga de Sangaile. Bailarina aposentada, ela parece carregar toda a mágoa do mundo sobre os ombros quando sorri daquele jeito e tenta dizer coisas educadas, conseguindo com isso exatamente o efeito oposto.
Sangaile quer voar. Fazer piruetas no céu. Já o filme que vi quer apenas fazer um voo comercial, sem grandes surpresas. Ficou um pouco sem alma também.
Nota: 2.5/5

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