True Detective: 10 razões por que a segunda temporada é uma baita decepção
O fato de a primeira temporada de True Detective ter elevado tanto o nível certamente faz com que as críticas agora sejam mais duras à temporada atual. A empreitada de um homem só do criador-roteirista Nic Pizzolatto recebeu elogios a respeito da estética, atuações, enredo e, com todo o mérito, fez da série o novo bibelô dos críticos. Na segunda temporada a mágica evaporou e deixou muitos se perguntando: “Afinal de contas, o que foi que aconteceu?”.
A despeito da ampla gama de resenhas negativas que o programa ganhou desde o início da temporada mundo afora, não é possível dizer que a audiência tenha decaído tanto – algo sem dúvida alguma curioso.
O site ‘What Culture’ compilou 10 razões pelas quais a segunda temporada de True Detective é tão decepcionante.
À excessão de um ou outro ponto (como, por exemplo, dizer que as personagens femininas ainda são rasas como na primeira temporada – ponto 7. Não acreditamos que isso tenha ocorrido na primeira temporada, já que nenhuma mulher era o foco da trama, e apareciam sim como figuras à margem – era intencional. Também não subscrevemos o ponto 6, que parece tremendamente pueril) o Minuto Pop concorda com a lista. Confira e veja se concorda também.
10. Tudo e todo mundo é sombrio e torturado pelo simples fato de ser sombrio e torturado
A audiência gostou do tom sombrio da primeira temporada, especialmente da personalidade torturada de Rust Chole. A impressão agora foi que Nic Pizzolatto dobrou a porção da sobremesa. Ele não percebeu o que fez e levou o tom sombrio ao limite do cômico. O esforço tremendo da série em tentar convencer o espectador das histórias torturadas dos personagens acaba por suspender a crença da audiência naquilo que assiste.
9. O mistério do crime principal é extrema e desnecessariamente complexo
Já estamos a um capítulo de tudo terminar e muito pouca gente sabe o que está se passando. Não iria machucar ninguém se o mistério se utilizasse de peças móveis coerentes e que são ao mesmo tempo engajantes para o público. O excesso de personagens aleatórios e sub-tramas fazem a associação dos fatos quase impossível.
8. As sub-tramas não são tão interessantes também
Com a trama principal meio tediosa, era de se esperar que os dramas que se desenvolvem na margem fossem instigantes. Não é o caso. Pizzolatto exagera na tinta que rola ao redor da coisa toda com clichês.
O drama de Ani com o pai é óbvio de dar dó, mostrado na televisão desde tempos imemoriais. Frank e sua mulher, subaproveitada, tendo dificuldades para conceber um filho é a personificação do tédio. Paul e sua luta interna com sua homossexualidade é coisa dos anos 1990. E o comportamento de Velcoro (o menos ruinzinho) também não parece descer bem.
7. As personagens femininas ainda são algo vazias
O criador parece estar supercompensando alguma coisa com a personagem interpretada por Rachel McAdams. Embora prometesse no começo, ela acabou virando um clichê de garota com problemas com o pai [daddy issues]. O tratamento de Jordan Semyon consegue ser ainda pior. No final das contas, toda motivação dela se resume a “Eu quero um bebê”.
6. Desvios sexuais são desconfortavelmente trazidos ao palco central
5. O roteiro e diálogos são bagunçados e exagerados
O clima pseudo-intelectual da escrita de Pizzolatto colava bem na primeira temporada através da voz de Rust. “Time is a flat circle” é o tipo de coisa que espera-se ouvir de um homem obcecado com uma seita criminosa por mais de 15 anos, que se atola de filosofia negativista e é atormentado pela morte da filha. Já na segunda temporada todo mundo fala todo tipo de cretinice.
4. Não há muita interação entre os personagens centrais
Isso começou a mudar uns dois capítulos atrás. Mas a falta de contato entre eles criou muitas sub-tramas enfadonhas.
3. Os três detetives simplesmente não são interessantes
Sem a interação entre os personagens centrais sobrou muito tempo para saber da vida de cada um deles e… são tão interessantes quanto uma fatia de pão seco.
2. Vince Vaughn está péssimo na pele de Frank Semyon
Ficou icônico o boato de que Matthew McConaughey havia feito um gráfico com mais de 400 páginas que explicava toda a trajetória de 17 anos do seu personagem. É fácil ver que Vince Vaughn não parece ter feito nem um décimo desse esforço. Porém, em sua defesa, quando se percebe quão superficial é o personagem gângster pseudo-filósofo dá até pra perdoar o cara. O personagem é tão abertamente sombrio – sem haver bem um por quê para isso – que suas falas resvalam no cômico (como esquecer o “blue balls in the heart”… ?).