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[Resenha] True Detective – 2×07

Desde que a segunda metade da série se iniciou, o trem True Detective parece ter finalmente encontrado os trilhos. Isso não quer dizer de maneira alguma que mereça altos elogios – ou qualquer tipo deles – mas o ritmo agora é aprazível, os personagens ganharam dimensões mais humanas, e a trama consegue enfim despertar algum interesse na audiência.


Fez bem à série o fato de pôr de lado tantos dos personagens das subtramas e se contentrar nos quatro principais, principalmente dando oportunidado aos três detetives de atuar um com outro. Isso rendeu bons momentos na tela; e, porque agora se concentram em uma coisa apenas, fez com que ficasse mais fácil entender a trama.

Depois do último episódio, Ani está num quarto de hotel com a garota de programa que resgatou na orgia festa. Paul e Ray também estão lá. Ani não pode contactar as autoridades porque agora é procurada por ter matado um dos seguranças na festa.

Ela pede a um parceiro policial que leve a um lugar distante sua irmã e pai para que fiquem a salvo – já que usou o nome da irmã para ter acesso à festa.

Mesmo tendo tirado a garota de programa daquele lugar, esta não se mostra muito feliz no dia seguinte e muito menos quando sabe que Ani chamou sua irmã para levá-la para casa. O diálogo foi legal e gerou essa fala, uma das melhores da série até agora (o páreo não é duro, no entanto):

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Nessa temporada, o grande tema é que a corrupão se instala em todos os níveis de qualquer instituição. Quando Ray vai se encontrar com Katherine Davis, a policial que deu uma força para o trio voltar às investigações, ele descobre que esta foi assassinada e dá o fora do local o mais rápido que pode, acreditando que será culpado pelo ocorrido. Dessa forma, a polícia já incriminou Ani e Ray, deixando apenas Paul como o único com a “ficha limpa”.

Frank         

Finalmente Frank descobre o que anda acontecendo pelas suas costas. Depois de descobrir por Ray que Blake tem atuado para ganhar dinheiro com as festas particulares com garotas de programa e que ele atua em favor de Osip, Frank espanca Blake e arranca mais informações antes de matá-lo – numa boa cena do espisódio. Sua mulher entra e vê o corpo de Blake no salão. 

Em seguida, Frank escuta de Osip, muito calmamente, que ele vai a partir de agora apenas gerenciar um dos cassinos.

Está tudo dominado, praticamente toda a equipe de Frank passou para o lado de Osip e ele já não tem como reverter a situação – então finge aceitar o novo acordo. É tudo um plano para o que vemos no final. Frank trata de limpar os cofres dos cassinos, levando todo o dinheiro e causando incêndios. Ele assiste a tudo do topo de um edifício, uma coisa meio Nero em Roma. 

Ray e Ani

Enquanto estão reclusos no quarto de hotel, esperando por Paul, Ray e Ani protagonizam uma cena de romance que não parece funcionar muito bem. Os diálogos enquanto bebem são penosos: Ray: “Você sente saudades?” Ani: “De quê?” Ray: “De qualquer coisa.” 
Nic Pizzolato ainda não conseguiu encontrar profundidade nos personagens e, a essa altura, convenhamos, parece que não vai mesmo. Enfim, constatando que Ray não é um cara assim tão mal Ani avança pela segunda vez no capítulo e os dois vão pra cama. 

Paul 

Afim de recuperar as fotos do relacionamento homossexual que teve, Paul é levado a uma cilada. Policiais o cercam e interpelam sobre os documento que Ani pegou na festa. Paul tenta se safar dizendo que pode ligar para Velcoro e armar um encontro, afirmando que não se importa com ele e muito menos com Ani.

Quando diz que não consegue telefonar para Ray, aproveita o momento para fazer um policial de refém e logo em seguida consegue escapar. Ele é perseguido pelos outros. Num cenário subterrâneo de Los Angeles – que dá a impressão de ser a estrutura para metrô – a perseguição se desenrola até que Paul consegue matar todos que o perseguem. A sequência não é lá grandes coisas. 
O momento de surpresa é no último minuto, quando vemos Paul ser baleado e cair no chão. Descobrimos um homem por trás dele que espera mais um pouco e logo atira mais uma vez, matando-o.

É verdade, a série está mais palatável, mas muitos de seus erros permanecem e parecem agora irrecuperáveis. Vince Vaughn continua tentando fazer cara de gângster cool, mas atuando super mal. Alguns diálogos continuam frouxos e irreais prejudicando as atuações e, o principal, todo o mistério ancorado em descobertas de corrupção em camadas ainda não instiga.

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